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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

POEMA - PERDÃO

Foi frágil o dia em que me deixaste;
Naquela vazia manhã que partiste;
Fiquei desolada sentada na porta;
Você não olhou nem sequer para trás;
Seguiu teu destino me deixando inquieta;
Deixou um abismo em meus pensamentos;
Saí pelas ruas sem nada dizer;
Não queria parar só apenas morrer, mas certo dia.
Você retornou querendo falar do amor que deixou
Fez-me,mil promessas e me implorou que te aceitasse em meu coração;
Lembrei do vazio deixado no peito;
Lembrei da saudade calada na voz;
Pensei um momento se a pena valia gritou sufocado o meu coração,
 Pedindo que eu desse uma chance a paixão;
Fui muito mais fraca e te dei meu perdão.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Álvares de Azevedo - Lembrança de Morrer


Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
(...)
Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
(...)
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!
Obras: Poesia : Lira dos vinte anos (1853); Conde Lopo (1866)
Conto: Noite na taverna (1855)
Teatro: Macário (1855)

domingo, 23 de outubro de 2016

domingo, 16 de outubro de 2016

Eu sou Aquela

Eu sou aquela que fica esperando a tua chegada.
O meu coração já conhece seus passos.
O meu corpo inteiro espera um abraço.
Eu sou aquela que mesmo de longe sente seu perfume.
Que imagina coisas e sente  ciúmes.
  Mas depois vem a calma com a sua presença, que  liberta a alma da minha sentença, de viver te esperando pela vida inteira, por todas as horas, pela eternidade se eu precisar.
Eu sou aquela que fica esperando e sabe que sempre você vai chegar.